sexta-feira, 10 de abril de 2009


Vi a tristeza de um animal abandonado...

E sempre todos os animais abandonados têm esse olhar triste, perdido, inquieto, perturbado. Nunca conseguirei compreender o que vai no interior do ser pouco humano que abandona um animal de estimação. Mais do que a comida a que o animal estava acostumado, sem ter de usar as capacidades com que a natureza o dotou para sobreviver, mais do que o aconchego do seu recanto onde descansava tranquilamente e em segurança, mais do que os jogos ou brincadeiras que com ele fizeram quando era um animal ainda juvenil, mais do que tudo isto é o laço de afectividade que este ser perdeu. É como se se tivesse cortado um invisível fio que para ele era tudo, pois era esse fio o mais importante para ele, era o que o ligava ao mundo, era o por quê da sua vida, a realidade que estava acima de qualquer outra coisa. E de repente... tudo desapareceu!

Sempre me pergunto: e se os deuses fizessem isso connosco?

Penso que a este género de pessoas que têm a insensibilidade e insensatez de praticarem estes actos faria muito bem lerem um livro: Moassy, o cão, de Jorge A. Livraga.

Será que os outros seres não têm o direito de evoluir tal como nós fazemos? Se lançamos uma ponte para essa evolução com os animais domésticos, porque depois tomamos atitudes que nada têm de humanas e nem sequer são próprias dos animais. De quem serão?