terça-feira, 11 de novembro de 2008


As cores que o Outono pinta nas árvores...

Se os todos os artistas tivessem a capacidade que tem a Natureza de expressar o Belo não teríamos que discutir a Estética! Seria uma disciplina inútil no campo da Filosofia, viveríamos lado a lado com a "harmonia expressada na matéria" como diziam os pitagóricos.

Será que esta fase da vida vegetal é como o último estertor do moribundo antes de perecer? Parece que as árvores vão morrer, pois estão a definhar as suas folhas, mas antes de se despedirem brindam-nos com um espectáculo maravilhoso de luz e cor. E não nos lamentamos porque sabemos que elas vão renascer. Que seria de nós se não nos recordássemos que irá existir uma Primavera. Que desespero habitaria os nossos corações? Que futuro veríamos diante de nós?

No entanto sabemos muito bem que os ciclos regem a Natureza, que tudo vai e volta e vai e torna a voltar.
Assim as nossas alegrias, as nossas tristezas, os nossos prazeres e as nossas dores...

Como se pode tocar uma ponta do véu da felicidade ao sentirmos que estamos e fazemos parte da Mãe Natureza e existimos podendo apreciar as suas belezas!!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Agosto a gosto


Gosto de Agosto pelo gosto de mudar. Quebram-se algumas rotinas anuais, alteram-se pequenos hábitos quotidianos, mudam-se as caras das pessoas. Andarão mais felizes? É muito possível pois a sensação de férias produz um estado de felicidade ainda que passageiro. A sensação de liberdade que temos quando os nossos pequenos deveres do dia a dia nos dão uma folga... e podemos passear, viajar, visitar, ler, ver, desfrutar. Enfim, viver sem pré-ocupações.
São nestes momentos que estamos mais disponíveis para pensar, reflectir, interrogar e saborear o lado mais tranquilo da nossa vida muitas vezes sempre agitada no centrifugador do quotidiano!

Para estes dias nada melhor do que um livro de pensamentos, uma pérola chamada "Jóias do Oriente" de Helena Petrovna Blavatsky das Edições Nova Acrópole, do qual retiro alguns dos pensamentos para este mês de Agosto:

Dia 6 - Não é a relva macia e flexível que é arrancada pela tempestade, mas as árvores altas. Os fortes só lutam com os fortes.

Dia 14 - Que aquele que vive na memória dos seus companheiros torne todos os dias frutuosos através da generosidade, estudo e artes nobres.

Dia 20 - Uma carruagem não pode andar só com uma roda; assim também o destino falha a não ser que os homens colaborem uns com os outros.

Dia 27 - Aquele que quer um amigo perfeito terá de ficar sem amigos.

Dia 29 - Sem preocupação não se obtém mel. Sem dor nem tristeza ninguém atravessa a vida.

terça-feira, 22 de julho de 2008


Assisti no passado Sábado a um encontro na Nova Acrópole do Porto sobre Fernando Pessoa e o Esoterismo... E foram bastante curiosas as perspectivas aí apresentadas sobre o lado mais misterioso do nosso grande poeta.
É claro que nos entusiasmamos com a euforia de Álvaro de Campos ou o bucolismo metafísico de Caeiro ou com a serenidade fatal de Ricardo Reis, mas penetrar no interior do poeta percebendo as suas profundas lutas que o foram transformando ao longo da vida foi muito bem exposto pelo director da Nova Acrópole.
Na realidade podemos reflectir sobre o aparecimento destes autores que marcam a história da cultura, quais estrelas do firmamento que descem de tempos a tempos para o meio da multidão afim de deitar fragmentos dessa luz estrelar.
E até parece que F. Pessoa tinha consciência desse seu grande valor!
Enfim, uma excelente tarde de Sábado...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Rever Camões




Vi que a companhia de teatro de Braga vai levar à cena uma adaptação de "Os Lusíadas" com encenação e dramaturgia de Alexej Schipenko. É uma nova leitura para um público maior de 16 anos e onde o objectivo é uma tentativa de desmistificar a forma pedagógica que transmite “Os Lusíadas” de geração em geração, e para isso a Companhia de Teatro de Braga coloca, agora, em acção o projecto que idealizava há já três anos – a “entrega” a Alexej Schipenko da «Obra Portuguesa» e, consequentemente, de «de uma grande parte da “nossa” identidade».

Teremos nós já apreendido o conteúdo que "Os Lusíadas" nos poderão transmitir com uma leitura dita simples? Será que a nossa incapacidade para a assimilação do conteúdo tem de nos levar irremediavelmente para leituras formalmente inovadoras?

Como ficamos deslumbrados com as vivências que as leituras dos quadros históricos de "Os Lusíadas" nos proporcionam. Rever a aventura dos 12 nobres cavaleiros que vão a Inglaterra defender 12 Damas ofendidas na sua honra ou as vivências de um titã como Adamastor que por amor a Thetis fica condenado a ser um promontório horrendo. E a descrição da Máquina do Mundo que Vasco da Gama tem oportunidade de contemplar? Mas também o sentido de humor protagonizado pelo Veloso, um dos muitos marinheiros da gesta heróica: fugindo rapidamente ladeira abaixo para voltar para a embarcação após uma curta incursão em terras estranhas, pois era atacado por indígenas, e ouvindo os seus companheiros ironizarem por correr tão rápido exclama "Mas, quando eu para cá vi tantos vir(...) depressa um pouco vim, por me lembrar que estáveis cá sem mim."
Será que não há algo dentro de nós que vibra e, de certa forma, revive estas aventuras de grande valor? Não quereríamos ser da altura de um Gama, ter a sua capacidade de actuar e transformar o mundo em que vivemos?

E que o Dia de Portugal e de Camões seja um bom momento para ir vendo e revendo a obra do grande vate.

sexta-feira, 30 de maio de 2008


Na estrada da noite onde a ausência de luz deixa-nos ver mais distante (que é a distância se não uma estrela perdida na imensidão de Nuth?) caminhamos para o despertar de algo urgente que nos inquieta e não nos permite entrar nos reinos do inconsciente repouso. Se a inquietação é o motor que nos faz mexer e se nos movemos apenas em busca de bens materiais, como podemos satisfazer essas inquietações mais profundas do ser humano? Como podemos encurtar a distância? Como podemos aceder a outras experiências mais próprias da alma? Que seria o homem sem Filosofia, sem reflexão, sem entendimento das coisas mais eternas?

Façamos um grande Banquete com as coisas divinas e estaremos aptos a ser mais felizes.

terça-feira, 20 de maio de 2008


Vi a poesia viva...

Foi no Jardim Botânico, numa molhada manhã da domingo em que as gotas de água fizeram de música acompanhando as palavras largadas ao vento por um grupo de jovens...

Foi com o conto de Sophia de Mello Breyner "O Rapaz de Bronze" que um grupo de jovens da Nova Acrópole vivificou o jardim Botânico do Porto. Aquele espaço foi a casa da autora e ela teve verdadeira inspiração quando deu vida às flores, árvores e estátuas, fundido o mundo humano com a natureza de uma maneira mágica e que, talvez, contenha também um sentido mais profundo na medida em que apela para realidades menos visíveis aos olhares humanos? Que sabemos da vida oculta das plantas?

E que maravilhosa foi a leitura encenada daquelas palavras tornando assim um texto vivo e dando vida, simultaneamente, àqueles espaços encantados do Jardim. E ainda mais: palavras vivificadas por jovens que são as verdadeiras flores da humanidade!

sábado, 19 de abril de 2008


Vi a chuva forte e os ventos agitados...

Ouvi citar o ditado "Abril águas mil"...

A assim vai o mundo e os humanos contagiados pelas transformações e alterações da nossa época. Há apenas 15 dias, numa aula do curso de formação Kairós na Nova Acrópole, vi um formando calçado com sandálias leves e vestindo uma t-shirt. Esta semana envergava casaco forte e pesado para se proteger das águas mil e do ar invernoso.

Será que estas alterações climáticas não afectaram também a nossa percepção da realidade, isto é, será que as perturbações físicas não provocarão também perturbações noutros planos da nossa realidade? Não andarei com grandes agitações emocionais ou a minha visão do mundo será a mais equilibrada?

sábado, 12 de abril de 2008

Ontem e hoje...


Ao passar dos dias sempre fica a pergunta: que diferenças há em mim entre ontem e hoje? Que mudanças sofri? Que transformações ocorreram no meu ser? Que metamorfoses se operaram no mais íntimo da minha alma?


Como seria interessante verificar todas as nossas transformações, desde as físicas às psicológicas e, quem sabe, espirituais! Quantas células morreram? Quantas foram criadas no turbilhão do nosso bio-robot? Acaso teríamos paciência para elaborar uma listagem?????????


Mas que interessante observar as nossas reacções psicológicas. Não é possível que o Tempo não nos influencione... e saberemos usar esse Tempo para trabalhar o nosso terreno psíquico?


Um lavrador da alma tem uma ferramenta fundamental: a filosofia, que é amizade ao saber e quando esta atitude tem como finalidade o autoconhecimento certamente esse terreno ficará mais composto, arranjado, ordenado...


E para que serve a filosofia se não for para interrogar o ontem e o hoje???

domingo, 30 de março de 2008

Sol

Vi que o sol radiava pela janela...